Golgona Anghel (Portogallo) ita/pt

Golgona Anghel (Spagna) ita/espa
 
 
Subíamos à altura do grito
 
e atirávamo-nos de mãos dadas
para dentro de um sonho.
Queriam analisar os símbolos da nossa viagem onírica
e invadiam-nos o consciente
com o inconsciente colectivo deles.
 
Intentávamos então possuir corpos fáceis e calados:
eu – o brasileiro da caixa do Lidl,
tu – a mulher do professor de direito civil.
Às vezes ias embora da minha imaginação REM,
por coisas pendentes
e para cada fim destes
eu tinha uma continuação à medida.
 
Uma vez saltaste em cima do camelo
que acabava de nascer nas minhas costas;
e passaste então a fronteira sem olhar para trás.
Fiz desse sonho o Lisboa-Dakar das nossas noites
e andei a perseguir-te como um coiote esfomeado
nas areias que me arranhavam a vista.
Tínhamos a idade dos nossos filhos
e estávamos contentes com aparecer
nos extras das vidas dos outros.
Esse era o nosso campo de concentração da felicidade.
 
 
 
 
 
Bozza automatica 2198
 
Salivamo all’altezza del grido
 
e ci gettavamo mano nella mano
dentro un sogno.
Volevamo analizzare i simboli del nostro viaggio onirico
e c’invadevamo il conscio
con il loro inconscio collettivo.
 
Cercavamo perciò di possedere corpi facili e muti:
io – il brasiliano della cassa del Lidl,
tu – la donna del professore di diritto civile.
A volte te ne andavi dalla mia immaginazione REM,
per cose in sospeso
e per ogni loro fine
avevo una continuazione da misurare.
 
Una volta saltasti in groppa al cammello
che era appena nato alle mie spalle;
e così attraversasti il confine senza voltarti indietro.
Feci di quel sogno il Lisbona-Dakar delle nostre notti
e presi a inseguirti come un coyote affamato
nelle sabbie che mi graffiavano la vista.
Avevamo l’età dei nostri figli
ed eravamo felici di apparire
negli extra della vita degli altri.
Era il nostro campo di concentramento della felicità.
 
 
Traduzione di Chiara De Luca